Muitas vezes, os eventos que levam a uma cirurgia são rotineiros; o paciente reclama de dores abdominais agudas, o diagnóstico mostra claramente uma inflamação no apêndice. O médico Evan O'Neill Kane estava liderando essa cirurgia. Em sua distinta carreira médica de 37 anos, já tinha realizado quase 4 mil apendicectomias; por conseguinte, essa cirurgia seria mais uma rotineira, exceto por dois motivos.
A primeira novidade dessa operação? O uso de anestesia local na cirurgia principal. O doutor Kane era um combatente dos riscos da anestesia geral. Ele argumentava que uma aplicação local era mais segura. Muitos dos seus colegas concordavam com ele, a princípio, mas para concordarem na prática, teriam de ver a teoria sendo aplicada. Dr. Kane estava à procura de um voluntário, um paciente que queria se submeter a uma cirurgia sob os efeitos de anestesia local. Não foi fácil encontrar um voluntário; muitas pessoas tremiam só de pensar que estariam conscientes durante a cirurgia. Outras tinham medo de que o efeito da anestesia terminasse logo.
Finalmente, apesar de tudo, Dr. Kane encontrou um candidato. Na terça-feira de manhã, 15 de fevereiro, a histórica operação aconteceu.
O paciente fora preparado e já colocado na sala de operações. Uma anestesia local fora aplicada. Do mesmo modo como já tinha feito milhares de vezes, Dr. Kane cortou os tecidos superficiais e localizou o apêndice, habilidosamente removeu o apêndice e concluiu a cirurgia. Durante o procedimento, o paciente reclamou apenas de desconfortos mínimos.
O voluntário foi levado para o pós-operatório e colocado sob cuidado hospitalar. Ele se recuperou rapidamente e foi dispensado dois dias depois.
Dr. Kane provou sua teoria. Graças à disposição de um voluntário corajoso, Kane demonstrou que a anestesia local era uma alternativa viável e até preferível.
No entanto, eu disse que havia dois fatos que diferenciaram essa cirurgia. Disse que a primeira foi o uso da anestesia local. A segunda foi o paciente: o candidato corajoso para a cirurgia do Dr. Kane foi o próprio Dr. Kane.
Para provar que estava certo, Dr. Kane operou a si mesmo!
Sábia decisão. O médico se tornou o paciente de modo a convencer outros pacientes a acreditarem no médico.
Compartilhei essa história com vários profissionais da saúde. Cada um me deu uma resposta: sobrancelhas altas, sorrisos suspeitos e palavras duvidosas: "Não dá para acreditar!"
Talvez não dê mesmo. Mas a história do médico que se tornou seu próprio paciente é poucas vezes comparada com a história do DEUS que se tornou humano. Mas JESUS assim o fez para que acreditássemos que o Médico dos médicos sabe dos nossos sofrimentos; Ele voluntariamente se tornou um de nós. Ele se colocou em nosso lugar e sofreu nossas dores e medos.
Rejeição? Ele a sentiu e muita. Tentação? Também sabe do que se trata como ninguém. Solidão? Ele também a experimentou. Morte? Provou dela.
E pressão? Poderia escrever um livro de muito sucesso sobre o assunto.
Por que fez isso? Por uma única razão: para que quando você sofresse, fosse até ele, Seu Pai e Seu médico, e Ele o curasse.
[1] MaxLucado, Deus chegou mais perto (Editora Vida Cristã, São Paulo, 1992), 24.
Texto retirado deste blog http://www.reflexoesevangelicas.com.br/
Adaptações: Daniii Oliveira
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