Um documentário que será exibido pela rede britânica BBC mostrará o envolvimento da Igreja Católica em uma história de tráfico de bebês na Espanha, que começou durante a ditadura do General Franco nos anos 60, até o início dos anos 90. Segundo o documentário"This World: babies stolen from Spain" (Este Mundo: bebês roubados da Espanha), as crianças eram traficadas por uma rede secreta que envolvia médicos, enfermeiros, padres e freiras.
Agora, um movimento, que reúne centenas de famílias, luta para que o governo faça uma investigação sobre o caso. Na época, mães jovens e muitas vezes solteiras eram informadas que seus bebês haviam morrido durante o parto, e eram impedidas de assistir ao enterro. Hoje, após levantamentos iniciais, sabe-se que os bebês eram vendidos a famílias que não podiam ter filhos, mas tinham condição financeira melhor, e aos olhos da Igreja Católica, seriam uma família melhor para essas crianças.
"Essa situação é incrivelmente triste para milhares de pessoas. Agora há homens e mulheres em toda a Espanha, cujas vidas foram viradas de cabeça para baixo, pois descobriram que os seus pais as compraram. Sem falar nas mães, que estão descobrindo que seus filhos estão vivos e foram criados por outra pessoa, durante todo esse tempo", afirmou a repórter Katya Adler, que produziu o documentário.
A rede de tráfico funcionava com documentos oficiais que eram feitos para encobrir a origem dos bebês, e nesses documentos, constavam os nomes dos pais adotivos, como sendo pais biológicos. Há porém a possibilidade de pais que receberam crianças para adoção sem saber que elas haviam sido roubadas.
A rede de tráfico funcionava com documentos oficiais que eram feitos para encobrir a origem dos bebês, e nesses documentos, constavam os nomes dos pais adotivos, como sendo pais biológicos. Há porém a possibilidade de pais que receberam crianças para adoção sem saber que elas haviam sido roubadas.
Alguns pesquisadores acreditam que o número de casos alcance um total de 15% das adoções que aconteceram entre 1960 e 1990. Durante o regime militar do General Franco, a Igreja Católica possuía grande influência nos serviços sociais, incluindo maternidades e orfanatos. Somente em 1987, anos após a queda da ditadura, o governo espanhol passou a ter registros sobre os processos de adoção no país.
Graças a um pai adotivo que antes de morrer, confessou a seu filho que o tinha comprado quando ele ainda era bebê de um Padre da região de Zaragoza, no norte da Espanha, o caso veio à tona. O pai de Juan Luis Moreno, contou também ao filho que tinha sido acompanhado por outro casal que também ia comprar um bebê do Padre. Essa segunda família criou o bebê que recebeu o nome de Antonio Barroso.
Na época, o pai de Juan afirmou que havia pago o valor de 200 mil pesetas, uma enorme quantia na época, suficiente para comprar um apartamento. Antonio Barroso conta que seus pais pagaram o valor em prestações: "meus pais pagaram em parcelas ao longo de 10 anos, porque não tinha dinheiro suficiente".
A partir da confissão do Pai de Juan Luis, alguns testes de DNA foram feitos e comprovaram que os pais de criação de Antonio não eram os pais biológicos. Uma freira de Zaragoza admitiu que Antonio havia sido vendido e o caso tornou-se famoso em toda a Espanha, fazendo com que centenas de mães que acreditavam que seus filhos haviam morrido durante o parto, cobrassem uma investigação do governo espanhol.
O documentário mostra ainda uma mãe que investigou o paradeiro de seu filho. Manoli Pagador levantou documentos e descobriu que seu filho, hoje com 40 anos, havia sido criado no Estado do Texas, nos Estados Unidos, e chama-se Randy Ryder. Em outros casos mostrados pelo documentário, algumas sepulturas foram abertas e descobriu-se que os ossos no túmulo pertenciam a animais ou a adultos. A Igreja Católica escolheu não se pronunciar sobre o caso.
Fonte: Gospel+
Fonte: Gospel+
Via: Web Evangelista
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