12 de junho de 2011

Beleza em um campo de concentração


É difícil encontrar beleza na morte. E é ainda mais difícil encontrar beleza em um campo de concentração. Especialmente em Auschwitz.

Quatro milhões de judeus morreram ali durante a Segunda Guerra Mundial. Meia tonelada de cabelo humano continua preservada. Os chuveiros que liberavam o gás mortal ainda estão lá.

Porém, para todas as lembranças hediondas de Auschwitz existe uma beleza. É a memória que Franciszek Gajowniczek tem de Maximilian Kolbe.

Em fevereiro de 1941, Kolbe foi encarcerado em Auschwitz. Era um padre franciscano. No horror daquele matadouro, ele manteve a suavidade de CRISTO. Dividia sua comida. Abria mão de sua cama. Orava por seus captores. Alguns o chamavam de “Santo de Auschwitz”.

Em julho daquele mesmo ano, houve uma fuga da prisão. Era costume em Auschwitz matar dez prisioneiros para cada um que escapasse. Todos os prisioneiros seriam reunidos no pátio e o comandante escolheria dez homens ao acaso. Essas vitimas eram imediatamente levadas a uma cela onde não receberiam nem comida nem água ate morrerem.

O comandante começou a escolher. A cada homem escolhido, outro daria um passo à frente para preencher o espaço sinistro. O décimo nome chamado foi Gajowniczek.

Enquanto os oficiais da SS checavam os números dos condenados, um deles começou a soluçar.

- Minha esposa e meus filhos – ele disse chorando.

Os oficiais se viraram quando ouviram uma movimentação entre os prisioneiros. Os guardas levantaram os rifles. Os cães aguardavam um comando de ataque. Um prisioneiro havia deixado sua fileira e estava indo para frente.

Era Kolbe. Seu rosto não esboçava medo. Seus passos eram hesitantes. O oficial ordenou que parasse ou ele atiraria.

- Quero falar com o comandante – disse Kolbe com calma.

Por alguma razão o oficial não o interrompeu. Kolbe parou a alguns passos do comandante, tirou o chapéu e olhou o oficial alemão nos olhos.

-Senhor comandante, eu gostaria de fazer um pedido, por favor.

Era um milagre que ninguém tivesse atirado nele.

-Quero morrer no lugar desse prisioneiro. – Ele aponta para Gajowniczek, que ainda soluçava. O pedido audacioso é feito sem gaguejar.

- Não tenho mulher nem filhos. Além disso, sou velho e não presto para nada. Ele está em condições melhores.

- Kolbe conhecia bem a mentalidade nazista.

- Quem é você – pergunta o oficial.

- Um padre.

O grupo fica chocado. O comandante, estranhamente mudo. Após um momento, ele grita:

- Pedido aceito.

Os prisioneiros nunca eram autorizados a falar. Gajowniczek diz:

-Só pude agradecer-lhe com os olhos. Eu estava atordoado e mal conseguia entender o que acontecia. A imensidão daquilo. Eu, o condenado, vou viver, e outra pessoa, por bondade e voluntariamente, oferece sua vida pela minha, um estranho. Seria um sonho?

O Santo de Auschwitz sobreviveu aos outros nove. Na verdade, não morreu de sede nem de fome. Morreu só depois que o ácido carcólico foi injetado em suas veias. Isso aconteceu em 14 de agosto de 1941.

Gajowniczek sobreviveu ao Holocausto. E retornou à sua cidade natal. Todo ano, no entanto, ele volta a Auschwitz. Todo dia 14 de agosto ele volta para agradecer ao homem que morreu em seu lugar.

Em seu quintal há uma placa. A placa que ele esculpiu com as próprias mãos. Um tributo a Maximilian Kolbe – o homem que morreu para que ele pudesse viver.

[...] CRISTO morreu pelos ímpios. Dificilmente haverá alguém que morra por um justo, embora pelo homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer. Mas DEUS demonstra seu amor por nós: CRISTO morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores. Romanos 5: 6 -8


Texto retirado do Livro "Você mudou minha vida para melhor"

Autor: "Max Lucado"

Adaptações: Daniii Oliveira

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