Diretamente do blog Meninas Do Reino
Ás vezes, fico me perguntando por que é tão difícil ser transparente. Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero e não enganar os outros. Mas “ser transparente” é muito mais do que isso.
É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar do que a gente realmente sente. Ser transparente é desnudar a alma, é deixar cair as máscaras, baixar as armas, destruir os imensos e grossos muros que insistimos tanto em nos empenhar para levantar.
Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche e transborde.
Infelizmente, a maioria de nós decide não correr esse risco. Preferimos a dureza da razão à leveza de expor toda a fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser. Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas à simplesmente nos entregar diante de Deus e admitir que não sabemos como agir e que temos medo.
Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos e até do nosso Deus, preferimos manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção. Assim vamos nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes e em falsos sentimentos.
Isto acontece não porque somos pessoas mentirosas, mas porque, como folhas secas, nós nos perdemos e já não sabemos onde está nossa brandura e o nosso amor mais intenso.
Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos para compartilhar com os irmãos que é a doçura, a compaixão e a compreensão.
Todos nós sofremos e, às vezes, nos sentimos sozinhos e choramos baixinho antes de dormir em um silêncio que nos remete à saudade de nós mesmos, daquilo que pulsa e grita dentro de nós, mas que não temos coragem de mostrar àqueles que mais amamos.
Isso acontece porque, infelizmente, aprendemos que é melhor revidar, descontar, agredir, acusar, criticar e julgar do que simplesmente dizer: “você está me machucando! Pode parar, por favor?".
Isso acontece porque aprendemos que dizer isso é ser fraco, ou ser menos do que o outro. Mas, na verdade, se agíssemos deixando que a nossa razão ouvisse também o nosso coração, poderíamos evitar tanta dor.
Não devemos ter medo dos confrontos. Devemos explodir toda a nossa doçura e nossa paz, assim como Jesus fazia.
É importante que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencíveis.
Seria sábio se tentássemos não controlar tanto, responder tanto, competir tanto, mas confiar na graça do senhor Jesus Cristo que nos basta.
Que Deus os abençoe grandementeAlzira Sterque
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