19 de julho de 2011

O amor que a gente não (re)conhece


Faz sentido eu estar me sentindo só o pó?

Faz. Quando eu me esfarelo fazendo aquilo que eu amo. Amando a vida e o dono dela, gotejando minha essência (que pouco tem de mim) pelo caminho.

Quando decidi me perder para encontrar o que me preenche eu não sabia de todos os riscos, mas sabia que queria arriscar. Às vezes o “ter por perda todas as coisas” significa mais do que desvalorizar o perecível. Significa desejar tanto o eterno, que o resto, se não explodir, pode mofar que eu não estou nem aí. É de um amor louco assim que eu falo. Um amor desses que a novela não fala.

Porque quando amar as pessoas demanda jogar todos os sonhos no lixo, a gente não ama. Então a gente nunca amou. É esse amor imperfeito que me incomoda, e é por isso que eu incomodo o Deus perfeito até que ele me ensine a amar.



O caos em forma, o pó em homem, a solidão em dois, ele sempre esteve transformando. Você não vê? O cego viu, porque Ele transformou a cegueira em lenda, o passado escuro ficou esquecido. É tanta luz, tanta cor e tanto movimento agora, que o antigo cego parece até que perdeu a memória e está sorrindo com os olhos, suas palavras estão floridas de Deus e adocicadas de gratidão. A gente não conhecia o amor e há dois mil e tantos anos atrás, Deus trouxe o amor pra gente conhecer. Mas a gente não conheceu, porque não reconheceu. A gente cuspiu nele e quis matá-lo.

Hoje em dia a história se repete. Todo dia, Deus nos traz o amor. Às vezes disfarçado de problema. Ás vezes coberto de poeira. Então, a gente põe tanto lamento em cima dele, que ele morre sufocado. Taí a diferença, hoje o amor não morreu crucificado. Foi sufocado. Amanhã pode ser apedrejado, afinal a gente anda tão pesado, que só pode ser pedra o que a gente carrega.

Me faz ver, Senhor. Me traz o amor (como for).

Retirado do blog: Não Morda Maçã

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